quinta-feira, 9 de outubro de 2008

lactante


Às vezes me imagino lactante,

De seios tão maternos e argentinos,

Com o ventre engravidado e transbordante

De água, de placenta e de meninos.


Às vezes me imagino minha amante.

Com as linhas do seu corpo, me defino,

Maternalmente sinto, delirante,

O exclusivo orgulho feminino.


Às vezes, posso mesmo ser pedante,

Sentir o homem, assim, como assaltante,

E a paternidade, discrimino,


Mas a realidade é tão frustrante...

Devolve logo as linhas da amante,

E eu volto à condição do masculino.


Ataulfo

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