sábado, 27 de dezembro de 2008

de passagem

Como vocês sabem, por ora esta esquina vive de reminiscências. Como as mulheres no cais, espero, quem sabe, a volta de Ataulfo. Mas não espero parada, que isso é coisa para as moças de recato. Não é o meu caso. De todo modo, passei para lhes contar duas coisas: Primeiro, encontrei-me com Ataulfo nos festejos natalinos. Não conversamos muito, mas nos soubemos ali. Presenteei-lhe, inclusive, com a camisa do Flamengo, que ele não tardou a vestir. Estilizada: branca, como lhe convém, com as letras CRF entrelaçadas em vermelho e preto. Logo abaixo, as antigas palavras de ordem – raça, amor e paixão.


Não lhe perguntei por onde anda, nem ele me perguntou de onde eu vinha. Por estilo próprio, não sou muito afeita a silêncios. Ao contrário, prefiro sempre as palavras que esclarecem e permitem retificações. Mas, confesso, há algum tempo que dispenso monólogos ou imposições verbais. Não gosto de palavras que escondem, que impedem. Gosto das que revelam. E essas só são acessíveis a interlocutores que as desejem como um encontro.


A outra coisa, encerrando o ano, é que na esquina do desacato já me encontro acompanhada. Tem quem passe só pra deixar um recado, um alô; mas tem também quem chega trazendo Pessoa, em grande estilo. Rita até já fez discurso! Vou insistir no convite, desejando que sentem-se para um colóquio. A gente se vê.


Beijo

Guilhermina

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