sábado, 30 de agosto de 2008

combinado



Querido,

Você sabe, sempre detestei promessa, que para mim é um dispositivo acionado quando queremos manter alguém a serviço da nossa vontade, preso ao dia em que receberá o que dizemos ter para lhe dar. Mas essa promessa que fizemos um ao outro teve um gosto diferente – uma esquina virtual, imagina! – um gosto de subversão, um balão na solidão que essa nossa Era quer nos impor com a promessa de avanço tecnológico.

Uma esquina onde nos encontramos para uma conversa sem pressa, sem manchete e sem conclusão. Uma Conversa pelo prazer de estar junto, ou pela surpresa de, levado pela mão do outro, visitar um novo ângulo de visão. Uma conversa onde voltamos a ser cúmplices. Não é assim que se encurtam abismos? Que se constroem as pontes por onde trafega o afeto?

Dois confinados. Às vezes dois chatos saudosistas? Outras vezes loucos visionários? Parabólicas em curto-circuito? Simplesmente diletantes? Se eu continuar devo chegar a hipótese de sermos ETs?!... Não sei o que te causa essa idéia, mas confesso que, a essa altura, já pouco me importa.

Ando na verdade ansiosa por te encontrar, e ali, quem sabe sentados no Jobi, que um chope faz muito bem à alma, nos re-unirmos, como naquele tempo anterior à lição de que encontros, esquinas e pessoas pensando juntas era uma ameaça à suposta ordem.

Te espero. Com saudade e confiança.
Um beijo,
Guilhermina

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