Às vezes Deus conversa comigo
Como eu converso com meu cachorro.
Ele fala e eu ouço submisso.
Meus olhos pedem socorro
E meu coração permanece a meio-pau.
Quatro horas da manhã.
Depois de tropeçar muito nas calçadas da minha alma
E mendigar nos subúrbios do meu espírito,
Ele, complacente, novamente
Esvazia o meu celeiro de dor.
Ele me fala de Maria.
Da minha e da Dele.
As duas, delicadamente, trata de Senhora.
A minha, é minha por exclusividade;
A Dele, generosamente, é nossa.
Cinco horas da manhã.
O Deus cansado da rotina da onipotência,
Deita-se em minha rede e como um Pai que se humaniza
Pede uma canção de ninar no violão.
Eu toco e Ele adormece.
Guardo o instrumento. Olho pras duas Marias.
A Dele em gesso no oratório.
A minha, lânguida no dormitório.
Pra Dele eu faço uma oração.
Pra minha...Deus que me perdoe!!!!!!
Beijos,
Ataulfo
Um comentário:
Muito bom!!!
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