Às vezes me imagino lactante,
De seios tão maternos e argentinos,
Com o ventre engravidado e transbordante
De água, de placenta e de meninos.
Às vezes me imagino minha amante.
Com as linhas do seu corpo, me defino,
Maternalmente sinto, delirante,
O exclusivo orgulho feminino.
Às vezes, posso mesmo ser pedante,
Sentir o homem, assim, como assaltante,
E a paternidade, discrimino,
Mas a realidade é tão frustrante...
Devolve logo as linhas da amante,
E eu volto à condição do masculino.
Ataulfo
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