para Guilhermina
Passe um pano molhado
No mofo das horas,
No vidro do velho relógio
Da sala de visitas
Passe um creme nas rugas do rosto
De olheiras profundas
E nos lábios sentidos
Um batom encarnado
Passe a mão no diário da vida
E sem cerimônia
Apague sua alma da letra C
E uma ou outra passagem
Não há mais nada a dizer
Mas quem sabe você, cedo ou tarde,
Virá compreender, quando a raiva ceder
E o orgulho deixar,
Que apenas
Feriu sua mão
Na superfície adversa
Desses tempos.
Amiga,
Amar não é para o estro de qualquer ser na superfície adversa desses tempos.
Beijos,
Ataulfo
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